O que estamos dispostos a fazer para alcançar o padrão de beleza que a sociedade nos impõe. É o que passa pela nossa cabeça quando pensamos na história de Narciso, mas o que a história nos mostra?
Narciso era um jovem de singular beleza, filho do deus-rio Cefiso e da ninfa Liríope. No dia de seu nascimento, o adivinho Tirésias vaticinou que Narciso teria vida longa desde que jamais contemplasse a própria figura.
Indiferente aos sentimentos alheios, Narciso desprezou o amor da ninfa Eco, seu egoísmo provocou o castigo dos deuses. Ao observar o reflexo de seu rosto nas águas de uma fonte, apaixonou-se pela própria imagem vendo em si somente beleza e perfeição e ficou a contemplá-la até consumir-se. A flor conhecida pelo nome de Narciso nasceu, então, no lugar onde morrera.
Esta é apenas uma das versões da Mitologia Grega sobre Narciso. A imagem sempre nos fascinou, para ser mais realistas todos têm um pouco de narcisista, só não admitimos. Segundo alguns especialistas, essa história tem uma outra conotação, o lado físico de Narciso apenas ilustra a necessidade de encontrar alguém que achamos perfeito.
O mais curioso é que o espelho por diversas vezes nos engana.
Quantas vezes ao nos arrumarmos de frente ao espelho a imagem refletida não é a mesma imagem que observamos em uma foto. A foto nada mais é do que a nossa expressão da verdade, é como se estivéssemos observando uma outra pessoa, e nesse ponto somos bastante crítico e vemos muitos defeitos.
Na euforia de ter encontrado o ser ou objeto de nosso desejo, não conseguimos distinguir o que é real.
Na euforia de ter encontrado o ser ou objeto de nosso desejo, não conseguimos distinguir o que é real.
A decepção que nos cerca no dia a dia, tem haver com o reflexo das nossas expectativas não correspondidas, muitas vezes por nossa culpa, fantasiamos, desejamos de mais, exatamente como Narciso, ninguém estava a sua altura, foi traído pelo seu eu, o único capaz de enfeitiçá-lo.
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