Eduardo Farenza,
28 anos, precisou de três homicídios para que fosse decretada sua prisão, nada
como dar pitaco em problemas que não competem somente a minha pessoa para
resolvê-los, é um emaranhado de responsáveis que vivem jogando a
responsabilidade nas costas dos outros, pais e governo fazem parte do mesmo caldo,
o governo tem poderes para legislar e executar as leis, por de trás existem mães,
pais, irmãos que quando dignos, em algum momento também se sentem reféns deste
sistema falido.
Ainda não consego digerir a Lei 12.408/11, sancionada pela
Presidenta Dilma Rousseff,
o sistema prisional seja brasileiro ou não possuem falhas, isso é tão obvio que
se algum país fosse perfeito estaríamos diante de um quase paraíso terrestre.
Quando adolescente assisti um filme onde era feita uma
lavagem cerebral em uma cidade, achei que seria uma ótima saída, você faz
lavagem cerebral nos detentos e pronto!!! Só sendo adolescente para ter uma idéia
dessas, você poderia condicioná-los tanto para o bem quanto para o mal, mais um bom plano que volta para prancheta.
Este é um problema em duas etapas:
A primeira - os pais devem abraçar
a responsabilidade de educar, mesmo educando e tendo liberdade vigiada correríamos
o risco de não conseguir colocar nossos filhos no bom caminho, mas fizemos tudo
que estava ao nosso alcance.
A segunda – caso à primeira não surtisse efeito, compete ao Estado
recuperá-los. O sistema prisional mais parece um depósito de pessoas onde
muitas passam a maior parte de suas vidas e na primeira oportunidade cometem no
mínimo o mesmo delito ao qual foram condenados, infelizmente os que entram na
linha é uma exceção à regra, bom seria se fosse ao contrário.
Há algum tempo atrás, postei a respeito de uma pessoa que
havia cumprido pena por tráfico, sua pena foi
agrava por fazer parte de um grupo que havia cometido um homicídio, como diziam
os antigos, “digas com quem andas que direi quem tu és – René Descarte”, no
judiciário foi resumido como cúmplice. Depois de quase 20 anos de detenção com os mesmo privilêgio que todo detento adquire por bom comportamento, veio a tão sonhada
liberdade, depois de estar a 01 mês gozando da liberdade o que faz? Volta às
drogas, hoje hospitalizada com derrame e desenganada pelos médicos.
Agora me pergunto em 20 anos o sistema prisional não
conseguiu recuperar esta pessoa? O que foram todos estes anos, estamos apenas
custeando um sistema falido e sem solução? Confesso ser a favor da pena de
morte em alguns casos, acho uma perda de tempo o país que adota o regime de
prisão perpétua, ficar custeando o detento pra quê, só para dizer: depois de
50 anos custeado pelo Estado “fulo” morreu de causas naturais, não consigo ver lógica. Com essa
declaração serei desconjurada e arderei no fogo do inferno.
Todos reclamam da super lotação nos presídios, será que isso
não se deve ao fato de pularmos a primeira etapa, deixando a cargo do governo uma
obrigação que nem ao menos tentamos.
O Estatuto da Criança e do Adolescente, de 13 de julho de 1990
(de boas intenções o inferno está cheio), hoje é usado pelos maiores infratores
para jogar a responsabilidade de qualquer ato nas costas dos adolescentes que são
protegidos pelo estatuto, cheguei à conclusão que somente os pais foram punidos
pelo mudança da lei, são constantemente lembrados pela sociedade que qualquer forma
de punição aplicada como castigo é uma contravenção, mas também não fornecem a fórmula mágica para que nossos filhos sejam um exemplo de cidadão. Os próprios adolescentes
ameaçam os pais de irem à delegacia prestar queixa.
Certa vez ouvi uma história que fiquei impressionada com a naturalidade
dos fatos, uma mulher que ao discutir com outra levou um tapa na cara, a que foi agradida dirigiu-se à delegacia para prestar queixa por agressão, mas antes de chegar à delegacia, ela
mesma deu vários tapas em seu rosto agravando o quadro de agressão, quantos
adolescentes já não usaram esta mesma tática para fazerem com que seus pais se
curvassem a seus caprichos. O menor infrator hoje será o comando amanhã, talvez
não tenhamos a solução mas já podemos dizer o que não esta dando certo.
O poder de coerção fala mais alto do que o dinheiro.
Você pode ter dinheiro para pagar alguém que puxe o gatilho, mas quem tem
a coragem de puxar o gatilho não precisa de dinheiro apenas de um alvo preso
nas costa de alguém.
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