Temos a capacidade de fazer muitas coisas, prova está que
conseguimos: olhar para frente, para o retrovisor interno, os dois retrovisores
externo (direito e esquerdo), trocar de marcha, aceleramos, brecamos (nem
sempre em tempo hábil) entre muitas outras coisas, só NÃO temos a capacidade de
entender que internete e volante NÃO SE COMBINAM. Parece absurdo, mas é fato
comprovado que existem pessoas que se presta a esse serviço.
Esta semana me deparei com um veículo lento entre a mão da
esquerda e a pista do meio, fiz várias vezes uma respiração profunda para
tentar me acalmar e não surtar (nem sempre consigo, rsss), o detalhe é que ao
parar do lado deste, o motorista estava acessando a internet, GENTE, não é
porque você tem internet móvel, que você tem que estar em movimento.
Na mesma noite, várias pessoas andando a pé, conectadas em
rede social, ou mesmo mandando torpedo, neste momento me perguntei: Será que
estamos preparados para tanta tecnologia se nem ao menos conseguimos conter
nossos impulsos e estarmos seguros no momento de usá-la?
O que será de tão importante que não podemos esperar o
momento certo para consultar ou mesmo mandar uma mensagem, deve ser caso de
vida ou morte, pode-se dizer com certa freqüência de morte, pois esta atitude
pode gerar um acidente de trânsito, ou facilitar um assalto já que estamos tão
absortos em nosso mundinho que não percebemos que estamos colocando em risco a
nossa segurança.
Não vou negar, ADORO a internet, estou constantemente
pulando de um tópico para outro, e este me instiga a prosseguir para o próximo,
às vezes minha filha me faz uma pergunta, anoto e assim que possível procuro
pela resposta, DOUTOR GOOGLE então é o campeão de audiência, estou quase
fazendo meu registro no CRM.
O mais incrível de todos os fatos é que nos irritamos quando
alguém atrapalha o trânsito por estar ao telefone, e logo que o telefone toca
fazemos exatamente à mesma coisa. Essa mania de ACHARMOS que o que nos fazemos,
fazemos tão bem feito, que não interfere na vida das pessoas que estão a nossa
volta.
Quando criança, íamos à escola achando que parte do que se
aprende seria perdido com o tempo, e de fato, dependendo de como usamos o nosso
tempo isso é bem provável. Vamos relembrar uma coisa muito básica em nossa língua
portuguesa, quando conjugamos um verbo, começamos geralmente pela primeira
pessoa do singular “EU”, para depois passarmos para a próxima “TU”.
E quem sabe “NÓS”, consigamos aos poucos ter a capacidade de
entender que não é porque ACHO que consigo fazer que deva fazê-lo.