Semana passada, me deparei com um fato bastante corriqueiro
(triste constatação), uma garota de aproximadamente 16 anos chega nervosa perto
das amigas, a mãe acabara de descobrir que a garota está grávida, pela forma
como andava e esfregava as mãos seu nervosismo era real.
As amigas ficaram ansiosas por saber a reação da mãe, conforme
ela ia narrando os acontecimentos, o nervosismo aos poucos foi sendo substituído
por uma atitude mais confiante, de certa forma até arrogante como quem diz “o
corpo é meu e faço dele o que bem entender”, passando a idéia que estava no
controle de sua vida.
A vida é tão cheia de senões, que só a experiência (e
olhe lá) poderia nos dar tanta segurança sobre um fato que mudará a vida de
todos a sua volta. A arrogância só vai retardar o inevitável, a adolescente terá que adotar um outro padrão de comportamento com a sua vida e as pessoas que estão ao seu redor.
Toda esta falsa confiança vem do apoio que recebe das amigas,
não recrimino o apoio, apenas o vejo como areia movediça, quando tentamos nos
agarras aos cipós da margem, descobrimos que estes são ramos muito frágeis para
suportar o peso das responsabilidades que viram.
A mãe ao ficar sabendo da notícia no meio da rua, sai em
passos largos como que se quisesse fugir do problema. PROBLEMA SIM! E não estou
falando que a criança é um problema, mas toda situação não planejada será
cercada de obstáculos que se tornaram problemas, por um breve ou longo tempo só
o tempo irá dizer.
Quero frisar o ponto mais importante: com o passar do tempo,
o apoio dos amigos vão diminuindo até quase cessarem, não que eles não sejam
amigos hoje, mas no futuro quem sabe, a vida continua para a precoce mãe assim
como para seus amigos, só que estarão trilhando caminhos com responsabilidades
diferentes.
No chá de bebe, existe uma lista de presentes que irão
facilitar os primeiros dias da futura
mamãe, fora as roupinhas, sapatinhos e brinquedos, que ganharam nos dias de
visita, as crianças crescem as roupas se perdem e as necessidades mudam.
Não preciso esmiuçar as necessidades de uma criança e de um futuro
adolescente, já passamos por isso, inclusive a futura mamãe ainda é uma adolescente que tem a suas necessidades e que terá que doar tempo, dinheiro e acima de tudo AMOR, para esta nova vida que esta gerando.
Meu apelo: não menospreze quem com o passar do tempo não mudará o seu perfil de amigo disponível para ausente, a família será
sempre SUA família.
A antiga
frase "segura a sua cabrita que o meu bode esta solto", é uma das frases
mais interresponsavel, egoísta, machista, vinda de uma mente primitiva, e ainda
assim, há ouvimos com bastante frequência.
Esses
pais e mães se esquecem que tem filhas, sobrinhas, afilhadas, e se nada disso
os sensibilizam, essas cabritas podem estar carregando em seu ventre um neto, querendo ou não a vida deles também vão mudar, seu cabritinho passará a
responsabilidade do sustento sem o menor pudor, aprendeu com os próprios pais
que responsabilidade não se assume, passa sem devolver.
A melhor forma ainda é a prevenção. Não deixe a responsabilidade para o outro, se você que é o maior interessado não faz nada para se prevenir, por que o outro deveria fazer por você?